Convento de São Francisco do Monte, um convento tristemente em ruínas - Portugal
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 Published On Premiered Sep 1, 2024

Olhando para o seu interior, a imagem que se nos depara é desoladora. Só se vê ruínas, abandono e vandalismo. O que resta do convento são partes de algumas paredes que ainda se encontram de pé e pouco mais. O convento de São Francisco do Monte, está a tornar-se num triste amontoado de escombros. A natureza aos poucos vai ocupando o seu lugar, onde outrora se ouvia o sino da torre da igreja a chamar para os mais diversos deveres diários, como as orações, assim como das mais variadas tarefas, inclusive da arar as terras para cultivo e sustentabilidade do próprio convento, hoje apenas é um lugar onde apenas permanece o silêncio, e os sons da natureza.
O caminho faz-se através de um trilho sinuoso tipo calçada romana, quase encoberto pela vegetação, outrora trilhado pelos pés descalços dos frades, como forma de penitência, convento jaz Isolado no meio da encosta do Monte de Santa Luzia, no Lugar de Abelheira, localizado na atual freguesia de Viana do Castelo (Santa Maria Maior e Monserrate) e Meadela, no Município e Distrito de Viana do Castelo, em Portugal.
Logo na entrada surge-nos o imponente Pórtico, no cimo do qual se encontram três imagens (S. Francisco, S. Pedro de Alcântara e Santo António).
No terreiro da entrada principal deveria encontra-se um cruzeiro, o qual está classificado como Imóvel de Interesse Público, mas que entretanto já não se encontra no seu lugar, não sabendo ao certo se terá sido retirado para alguma instituição, ou se terá sido furtado. Se houver alguém que saiba o paradeiro ou fornecer informações acerca deste cruzeiro, seria deveras interessante obter mais esta informação.
Este foi um dos três primeiros conventos da Ordem dos Frades Menores a ser erguido no país, datando do final do século XIV.
No decorrer da sua existência, foi-lhe sendo acrescentado novas ampliações, eventualmente a partir de 1625 apenas servia como oratório e retiro espiritual, quando os seus frades foram transferidos para o Convento de Santo António dos Capuchos (Viana do Castelo).
Contudo, acabou por ser abandonado, talvez por causa da sua localização de acesso difícil, tendo sofrido obras de requalificação a partir de 1751. Convento está há vários anos à espera de ser classificado pelo IGESPAR, como monumento de interesse público.
Presentemente é propriedade do IPVC, ( Instituto Politécnico de Viana do Castelo ) que já pensou na sua reabilitação, mas como são necessárias verbas muito avultadas, tem sido difícil concretizar esse desejo e salvar o pouco que resta do Convento de S. Francisco do Monte, contudo pedia-se de sua justiça, ao menos uma limpeza da área do terreno á volta. Com a extinção das ordens religiosas no país (1834) formulou-se o regulamento de transferência dos bens destas ordens para a Fazenda Nacional. Por arrasto, também os cartórios monásticos foram nacionalizados pois neles se conservavam os títulos de posse e a documentação indispensável à administração dos referidos bens.
Estas transferências não foram, na maioria dos casos, bem sucedidas, o que acarretou perdas irremediáveis, nalguns casos totais, no recheio de muitos destes cartórios. Como principais causas apontam-se o abandono a que muitos foram votados; os arrolamentos tardios; os incêndios; a apropriação por particulares; perdas durante o transporte e dádivas abusivas.
Com a extinção das ordens religiosas no país (1834) e a consequente alienação dos seus bens pelo estado liberal. Pouco depois acabou por ser vendido em hasta pública a Luís Bravo de Abreu e Lima, 3º visconde da Carreira. Em 1920 foi herdado por Maria Luísa Malheiro de Távora Castro Feijó, que contratou um caseiro para tratar do local.
Em 1949, a Direção Geral do Ensino Superior de Belas Artes, contatou o proprietário na altura, Rui Meneses de Castro Feijó, propondo a classificação restauro que ele concordou.
Nos anos 50, a DGEMN elaborou uma memória descritiva e orçamento para o restauro, mas as obras nunca avançaram.
Em 1966, os proprietários deixaram de poder pagar ao caseiro, ficando assim o mosteiro ao abandono, vazio e frequentemente pilhado. Desta forma o convento entrou em estado de degradação e, em 1987, o último proprietário doou-o à Santa Casa da Misericórdia de Viana do Castelo, que por sua vez o vendeu, em 2001 ao Instituto Politécnico de Viana do Castelo, tendo o processo de classificação do imóvel sido aberto por Despacho, o qual fora emitido em 08 de fevereiro de 2002.

Apenas um aparte: Apesar deste video se tratar de um meio com pouco poder, trata-se essencialmente de um apelo de alguém que ama o património português, por favor não deixem que o estado lastimável do convento, tornar-se ainda mais uma situação irremediável sem retorno. Também serve como um apelo urgente, para que se faça algo, além de sensibilizar opiniões para que acudam o mais rápido possível !

Afinal quem mal preza o seu passado, mal prepara o seu futuro, e um país que não sabe preservar seu património testemunho vivo do nosso passado, é um país sem identidade no futuro !

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