“Estratégia da Marinha para a Guerra de África1961-1974”, José dos Santos Maia. 06JUL21
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 Published On Nov 9, 2021

Passaram 60 anos sobre o início da guerra em Angola que depois se estendeu a outros territórios ultramarinos. Falar deste conflito é lembrar um período marcante da nossa História, mas também é lembrar uma geração que deu o seu melhor ao serviço da Marinha. Foi sobre o tema “Estratégia da Marinha para a Guerra de África 1961-1974”, que se realizou, em 6 de julho, uma sessão cultural em que foi orador convidado o mestrando em História Marítima, Sargento-ajudante José dos Santos Maia. No final da II Guerra Mundial apenas havia três estados independentes em África, enquanto Portugal detinha soberania sobre diversos territórios considerados constitucionalmente como colónias. Com a entrada na NATO, em 1949, foram alteradas as prioridades estratégicas portuguesas aos níveis nacional e internacional, com base nos pressupostos daquela aliança. Depois, perante a pressão internacional, nos anos 1950, verificou-se um conjunto de mudanças que levou a que a política ultramarina portuguesa perdesse credibilidade internacional. Sopravam, então, os chamados “ventos de mudança” e sucederam-se muitas independências. Portugal resistia e nem aceitava discutir esse assunto. O despontar dos vários movimentos nacionalistas africanos enunciados na Conferência de Bandung, em 1955, como os avisos dos seus aliados na NATO e também as atividades dos estudantes provenientes do Ultramar, foram um sério aviso para o governo português. O desafio africano aproximava-se. A Marinha começou a preparar-se atempadamente para os novos desafios e para combater as eventuais guerrilhas que vieram a aparecer em três territórios coloniais: Angola, Guiné e Moçambique. Era necessário conhecer o terreno, preparar pessoal e integrar os meios navais necessários para o cumprimento das missões que lhe viriam a ser atribuídas e, ao mesmo tempo, continuar com a participação ativa na NATO. Assim se preparou para cumprir com sucesso os seus objetivos previamente estabelecidos: dominar as linhas de comunicação marítimas costeiras e fluviais, apoiar os outros ramos das Forças Armadas e as populações com a sua capacidade de transporte e projetar forças militares em terra. Para responder às novas exigências que os conflitos resultantes da ação da guerrilha conduzida pelos movimentos de libertação, a Marinha sofreu algumas alterações orgânicas e operacionais cujas linhas de orientação estratégica foram as seguintes: criação dos novos Comandos Navais e Comandos de Defesa Marítima; criação do Quadro de Oficiais da Reserva Naval; reforma dos cursos tradicionais da Escola Naval; aquisição de meios navais e criação das estruturas de apoio; criação do Instituto Hidrográfico; ampliação da Rede Radiotelegráfica da Armada e recriação dos Fuzileiros. Quando em março de 1961 começou a luta armada em Angola, pode afirmar-se que a Marinha se tinha atempadamente preparado para cumprir as suas missões

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