É uma magistral letra dessa belíssima canção, do álbum "Prenda minha - ao vivo" de 1999 na voz de Caetano Veloso, que também fez sucesso com a famosa novela homônima.
Essa música quando eu penso no país, nos dias em que vivemos, que como podemos perceber não é nada diferente do que era, anos ou décadas atrás quando a música foi composta.
Nela podemos observar que nada muda, o povo é omisso, submisso, preocupado apenas com o bom e velho pão e circo. Um povo sofrido e burro, de pequenas ambições que se contenta com tão pouco. Se lasca o ano inteiro, mas carnaval tá lá comemorando um sorriso de orelha a orelha. A copa do mundo não foi diferente. Esse é o povo de ambição pequena. “quem não finge, quem não mente, quem mais goza e pena é que serve de farol”. O que é um farol? é aquilo que dá luz a algo ou alguém. No caso em questão, estamos nos referindo ao povo, a sociedade estuprada a cada dia mais com impostos absurdos, é que é o farol, é que permite que os ratos que estão no poder, fiquem no poder, perpetuem-se no poder e façam de nossas vidas miseráveis o que bem entender. Eu, você, nós, o povo, é que somos o farol. O farol “Deles”, do “sistema” (adoro usar essa palavra: Sistema! fica bonito né?). Mas existe alguém em nós, que o lado negro da força realmente conhece, mas quem não conhece somos nós. O povo é que se esquece da força e do poder que tem. Mas só que esse alguém tá bem lá no fundo, no fundo mesmo de cada um de nós. Mas quando o povo quer, ele sabe reclamar, sabe gritar, sabe correr atrás do que lhe é de direito… só que isso pra acontecer é igual eclipse: algo que só acontece de tempos em tempos, a cada sei lá quantos anos. Porque como bem diz na própria música, ao invés de preocuparmo-nos com coisas realmente importantes, perdemos tempo e dedicação cuidando da vida do outro, querendo saber quem tá comendo quem ou como ele mesmo diz na música: “todo mundo quer saber com quem você se deita” e assim, realmente nada vai pra frente, “nada pode prosperar”!
Essa música me faz lembrar muito do que vivemos neste país, essa música vai fundo, porque ela é sempre atual e está mais atual que nunca:
“Nada muda, é tudo escuro e até onde eu me lembro
Uma dor que é sem igual”
(Blog de Igor Otávio, 06/2014)