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Dá pra medir RESISTÊNCIA do ATERRAMENTO sem TERRÔMETRO?

Fala meus queridos!! Bem vindos a mais um QUAL é a DÚVIDA da Engehall!

Aterramento elétrico é um dos temas que lideram o ranking de dúvidas nas redes sociais da Engehall!
E olha só essa dúvida: “André, será que eu consigo medir a resistência do aterramento sem usar o terrômetro?” Tenho só um multímetro e já vi vídeo ensinando a fazer assim.

E aí, será que dá, será que é seguro e confiável?
Como temos tanto o multímetro, quanto o terrômetro, resolvemos comparar na prática…

Turma, já disse isso em vários vídeos, mas é sempre bom relembrar.

O aterramento elétrico de uma instalação nada mais é do que a ligação dos equipamentos a terra, para que seja possível o escoamento de cargas de fuga do sistema. Desta maneira, usuários de uma edificação ficam protegidos contra choques elétricos acidentais devido a falhas ou condições diferentes das normais de trabalho.

E até pouco tempo atrás muitos profissionais ainda afirmavam que a resistência do solo de um aterramento deveria ser de 10 ohms, porém tira isso da sua cabeça meu querido. Desde 2015, após a revisão da NBR 5419, a orientação passou a ser que devemos sempre buscar o menor valor, o mais próximo de zero possível.

E para aferir este valor da resistência do solo, utilizamos um equipamento chamado TERRÔMETRO. Aqui no canal temos vários vídeos mostrando a utilização deste equipamento.

Agora, será que é possível aferir este valor de resistência sem ter o TERRÔMETRO?
A resposta é… Teoricamente SIM, na prática TALVEZ. Dá para verificar a resistência do solo sem usar o TERRÔMETRO, mas dá mais trabalho e para isso precisaremos aplicar a famosa LEI DE OHM.

Ou seja, para encontrarmos a resistência, precisaremos dos valores de tensão e corrente.

Olha o experimento;

Temos uma haste de aterramento TT exclusivo para nossa cerca elétrica, que será ideal para este experimento, já que ela não está interligada ao nosso sistema.

Primeiro vamos medir a tensão entre a fase da rede e a nossa haste de aterramento
Depois vamos ligar a fase nesta haste e verificar a corrente que irá passar ao solo.

Aí basta substituirmos os valores que encontramos na fórmula e teremos o valor da resistência.

Porém precisamos de um parâmetro para saber se o valor que será encontrado no teste será próximo do valor real, e para isso, vamos fazer primeiro o teste da resistência da nossa haste usando o nosso terrômetro.

Temos aqui o nosso terrômetro já instalado, e vamos ver qual será o valor da resistência que ele vai nos mostrar.
Bom, vamos esperar ele estabilizar um pouco. Reparem que ele nos mostra que a resistência está um pouco acima de 48 ohms. Esse será o nosso valor referência!

Agora usando um multímetro, vamos ligar uma ponta na nossa haste de aterramento e a outra ponta na nossa fase e ver qual valor irá nos mostrar.
Vejam que a tensão encontrada ficou em 129,0 volts.

Agora precisamos ver qual a corrente irá existir quando ligarmos a fase direto nesta haste.
O valor da corrente encontrada foi de 1,67 amperes.

Substituindo os valores de tensão e corrente na nossa fórmula, temos que
resistência é igual a tensão, no caso 129,6 volts dividido por 1,67 amperes, que nos dá um valor de resistência de 77,6 ohms.

Bom, é um valor muito diferente do que encontramos usando o TERRÔMETRO, concordam?
Mas porque deu esta diferença tão grande de valor?

Isso pode ter sido ocasionado devido a forma de medição do termômetro, que utiliza 2 hastes como referência. Desta maneira, quando o terrômetro “injeta” uma tensão à terra, o aparelho “analisa” a queda de tensão entre estas hastes e a haste do aterramento e nos mostra a resistência da terra, de acordo com sua calibração.

Já o multímetro o funcionamento também não é tão diferente, porém na escala de tensão e corrente usadas, ele não está injetando tensão, está apenas se “aproveitando” da própria rede para nos dar um valor. Por esse motivo não é o equipamento adequado e por isso é importante termos equipamentos calibrados, para nos fornecer os valores mais corretos possíveis.