Quem foi Benedito dos Santos? O Rás Gonguila
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 Published On Premiered Feb 17, 2024

Nasceu em Maceió, nos primeiros anos do século XX, o menino Benedito dos Santos, que viveu e se eternizou como o rei dos carnavais Rás Gonguila. Engraxate e carnavalesco, ele foi fundador do bloco Cavaleiro dos Montes, agremiação carnavalesca que fez história em Alagoas.

Ouvia dos pais histórias de nobres de terras distantes que faziam festas nos altos dos quilombos. Virou Rás em uma referência a uma origem nobre etíope. Na história, consta também a possível passagem de seus antecedentes, nobres africanos, pela República dos Palmares. Estes antecessores teriam fugido ao ataque dos “paulistas” e assim proporcionaram a sobrevivência da linhagem real que teve continuidade com Gonguila.

Como engraxate, tinha clientes de todas as naturezas: políticos, empresários, intelectuais, artistas, desempregados. Todos frequentadores do Café do Cupertino, no Ponto Central de Maceió, onde montava sua cadeira para trabalhar.

O bloco carnavalesco nasce assim, desse contato diário com parte da elite econômica de Alagoas e da possibilidade de conseguir contribuições para viabilizar o grupo. O Cavaleiro dos Montes foi inspirado nos filmes norte-americanos de faroeste e no Alto do Farol, antigo Jacutinga (empresta os Montes para a denominação), onde o bloco iniciava seus desfiles. A sede era na Ponta Grossa, onde Gonguila também morava.

Há informações de que a primeira sede teria sido no Farol. Por isso, Ednor Bittencourt no livro Corrupio, Memórias 2, descreve o Cavaleiros dos Montes como um bloco da parte alta da cidade, isto é, Farol. De lá, o bloco saia sob comando de Rás Gonguila, que não ficava no estandarte e sim tocando clarim anunciando a sua passagem.

A sua performance carnavalesca era tão imponente e importante que, a partir de 1936, quando o Clube Fênix Alagoana inaugurou sua nova sede na Avenida da Paz, passou a ser contratado para recepcionar os sócios na entrada dos seus salões.

Gonguila não promovia apenas festas carnavalescas; virou liderança e era procurado por políticos em busca de apoio eleitoral. Também promovia eventos com orquestras em comemoração a datas especiais, como o 7 de setembro.

Rás Gonguila faleceu em 1968, foi enterrado no Cemitério São José, no Trapiche da Barra. O bloco continuou a existir e manteve o frevo nas ruas da capital por muitos anos, conquistando em sua trajetória 23 títulos máximos.

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