Traumas na infância (ausência de afetividade) como lhe dar com estes traumas?
Hora Bíblica Hora Bíblica
1.37K subscribers
19 views
5

 Published On Aug 2, 2024

‪@horabiblica.‬
Traumas infantis, do ponto de vista neurocientífico, referem-se a experiências adversas na infância que têm um impacto significativo no desenvolvimento do cérebro e do sistema nervoso. Essas experiências podem incluir abuso físico, emocional ou sexual, negligência, violência doméstica, perda de um ente querido, ou qualquer outro evento estressante e perturbador. Abaixo, descrevo como esses traumas afetam o cérebro infantil:

Desenvolvimento do Cérebro
Plasticidade Cerebral: O cérebro das crianças é altamente plástico, o que significa que ele é muito moldável e sensível às experiências. Durante os primeiros anos de vida, o cérebro está em um período crítico de desenvolvimento, onde as experiências podem ter um impacto profundo e duradouro.

Estruturas Afetadas:

Amígdala: A amígdala, que é responsável por processar emoções como medo e ansiedade, pode se tornar hiperativa em crianças que passaram por traumas. Isso resulta em uma resposta de luta ou fuga exagerada.
Hipocampo: O hipocampo, que é crucial para a formação de memórias e a regulação das emoções, pode ser danificado, levando a problemas de memória e dificuldades em regular emoções.
Córtex Pré-Frontal: Esta área do cérebro, que é responsável pelo planejamento, tomada de decisões e controle de impulsos, pode ter seu desenvolvimento prejudicado, resultando em dificuldades cognitivas e comportamentais.
Efeitos no Sistema Nervoso
Eixo HPA (Hipotálamo-Pituitária-Adrenal): O trauma infantil pode desregular o eixo HPA, levando a níveis cronicamente elevados de cortisol, o hormônio do estresse. Isso pode resultar em uma resposta exagerada ao estresse e dificuldades em lidar com situações estressantes no futuro.

Sistema Nervoso Autônomo: Crianças traumatizadas podem apresentar uma hiperativação do sistema nervoso simpático (responsável pela resposta de luta ou fuga) e uma subativação do sistema nervoso parassimpático (responsável pelo relaxamento e digestão). Isso pode resultar em um estado constante de alerta e ansiedade.

Impactos a Longo Prazo
Saúde Mental: Crianças que sofreram traumas têm maior risco de desenvolver transtornos mentais, como depressão, ansiedade, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), transtornos de personalidade e comportamentos autolesivos.

Saúde Física: A exposição crônica ao estresse pode levar a problemas de saúde física, como doenças cardiovasculares, problemas gastrointestinais e um sistema imunológico enfraquecido.

Desempenho Acadêmico e Social: Crianças traumatizadas podem ter dificuldades na escola, incluindo problemas de concentração, comportamento desafiador e dificuldades em formar relacionamentos saudáveis com colegas e professores.

Intervenções e Tratamento
Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): Esta abordagem pode ajudar as crianças a processar e lidar com seus traumas, desenvolvendo habilidades de enfrentamento e regulando emoções.

Terapia de Integração Sensorial: Para crianças que têm dificuldades sensoriais como resultado de traumas, essa terapia pode ajudar a melhorar a resposta do cérebro aos estímulos sensoriais.

Apoio Familiar: Um ambiente familiar seguro e de apoio é crucial para a recuperação das crianças traumatizadas. Envolver a família no processo terapêutico pode melhorar os resultados.

Conclusão
Compreender os efeitos neurocientíficos dos traumas infantis é fundamental para desenvolver intervenções eficazes que possam ajudar na recuperação e no desenvolvimento saudável das crianças. A plasticidade do cérebro infantil também oferece uma janela de oportunidade para intervenções que podem mitigar os impactos negativos dos traumas e promover resiliência.

show more

Share/Embed