De tempos em tempos alguma montadora aparece com um carro que é tão lindo, tão perfeito, de tirar o fôlego, que assim que você o vê sabe que será um clássico irrepreensível que atravessará as décadas mantendo a aura marcante e a maestria com que foi concebido. Foi assim em 1995 quando a Alfa Romeo apresentou a nova Spider, brilhantemente desenhada por Enrico Fumia no estúdio Pininfarina, impactou na hora a mídia especializada (carro do ano pela Car Magazine e carro mais bonito do mundo pela Automobilia) e o publico, era sim um carro especial.

Meu primeiro contato com o modelo foi em 1996, na vitrine de uma concessionária Fiat em Xanxerê – SC durante uma viagem de família, eu me lembro de gritar “pai, pai, uma Spider branca”, paramos para vê-la, foi apaixonante, eu já a tinha visto em revistas e em minha miniatura, confirmei tudo que já sabia e pontuei aquele momento na memória para sempre.

O que não compreendia na época era a ótima dinâmica proporcionada pela suspensão independente nas quatro rodas, a posição de dirigir impecável, os mostradores devidamente posicionados levemente em ângulo para o motorista, e o icônico V6 3.0 “Busso” um dos mais premiados motores dos anos 90, obra prima de Giuseppe Busso, vitorioso nas pistas, na sua versão de rua ronca lindamente, afinado e com muita personalidade, propriamente italiano. Sentimento e passione inegável.

Foi um prazer trabalhar, recuperar e renovar esse clássico, alguns dizem que não se é um gearhead verdadeiro até ao menos guiar uma Alfa Romeo, ainda mais um descapotável rosso como esse, atiça a todos os sentidos e faz compreender a máxima da alfa "senza cuore saremmo solo macchine!"