Espondilite Anquilosante
Dr. André Mansano - Tratamento da Dor Dr. André Mansano - Tratamento da Dor
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 Published On May 12, 2022

Nesse vídeo falarei sobre a espondilite anquilosante,
uma doença que afeta mais jovens e é fundamentalmente
de características inflamatórias, é um dos tipos de
reumatismo, podemos assim dizer.
vamos começar com alguns dados sobre a doença que são importantes.
Então é uma doença que afeta uma a cada mil
pessoas na América Latina, 70% dos casos acontecem nos homens,
o pico de ocorrência acontece entre os 20 e 30
anos de idade, então a doença de pessoas jovens e
há uma certa genética envolvida, ocorre por exemplo em 8.2
por cento dos pacientes com histórico familiar de primeiro grau
ou seja, se você tiver um pai ou uma mãe
com espondilite anquilosante, você tem 8.2 porcento de chance de
ter problema. As manifestações clínicas mais comuns são
as dores lombares e normalmente de
características específicas, são características inflamatórias.
E essas características principais são: a idade de início
abaixo de 40 anos, um início gradual,melhora com
atividade física e não melhora com repouso, dores que acontecem
no período noturno, de madrugada; e uma melhora bastante
importante com uso de anti-inflamatórios. Um dos alvos mais
frequentes da espondilite anquilosante é a coluna lombar
e articulação sacroilíaca. A articulação sacroilíaca articulação que fica
entre o sacro e ilíaco que é o osso da bacia.
E a inflamação da articulação pode causar muitas dores
lombares baixas e na região glúteo e do quadril
posterior e piorando muito quando o paciente fica sentado.
E apesar da coluna lombar e da sacroilíaca serem
alvos bastante frequentes, outras articulações também podem ser comprometidas.
Exemplos são: articulações quadris e dos ombros; algumas outras articulações periféricas
como as mãos; articulações das costelas; alguma tendinites e
a dactilite que é uma inflamação do dedo onde
o dedo ficou um pouco inchado. Alguns autores chamam
de dedo em salsicha,
como vocês estão vendo aqui nessa fotografia. Em alguns
pacientes essas inflamações na coluna vão evoluindo e vão
causando algumas fusões, uma vértebra vai mais ou menos
grudando na outra, reduzindo bastante a amplitude de movimento da
coluna, o paciente tem dificuldade de curvar
para frente, isso nós tomamos de anquilose,
é daí que vem o nome espondilite anquilosante.
O diagnóstico da espondilite anquilosante ele é feito
fundamentalmente em três etapas, o primeiro é avaliação
dos critérios clínicos, nós vamos então avaliar as
características da dor do paciente e outros sintomas associados,
além disso, dados do exame físico, achados que nós
vamos obter durante o exame físico do paciente. O
segundo passo seria os exames de imagem, nós vamos
então documentar essas alterações que são compatíveis com a
espondilite anquilosante, então principalmente na articulação sacroilíaca e aí
a ressonância nuclear magnética, a tomografia e, eventualmente, a
radiografia são bastante úteis. O terceiro seriam exames de
sangue fundamentalmente alguns exames que medem a inflamação estão
aumentados,
como por exemplo o VHS ou PCR e um exame chamado HLAB27,
também é bastante característico da espondilite anquilosante,
agora nem todo paciente que tem espondilite
anquilosante tem esse exame positivo e eventualmente
pacientes com o resultado positivos, pode em
alguns casos não ter a doença, isso é muito importante.
Alguns pacientes têm outras manifestações associadas que também
chamam atenção para doença. Exemplos: a uveíte que
é uma inflamação nos olhos, pode deixar o olho
vermelhado, doloroso, eventualmente com a visão borrada; a
psoríase que são lesões de pele bastante típicas,
podem acontecer principalmente nas mulheres, acontece em 10%
dos pacientes com espondilite anquilosante. E doenças inflamatórias
do intestino que podem então causar diarreia, constipação
e eventualmente sangramentos, também pode estar presente nesses
pacientes em especial do sexo feminino. O tratamento
do paciente com espondilite anquilosante, ele deve ser
multidisciplinar: fisioterapia e atividades físicas em geral são
muito importantes, até para manter a função osteomuscular
do paciente; eventualmente a psicoterapia pode ajudar demais
a lidar com a doença e com o curso
do seu tratamento; medicamentos também são muito importantes.
Então como a doença é um problema inflamatório
nós costumamos utilizar medicamentos anti-inflamatórios no começo, pelo
menos um mês. Caso paciente não melhore com
uso de anti-inflamatórios, nós podemos então usar medicamentos da
classe dos imunobiológicos, existem vários tipos de imunobiológicos
para espondilite anquilosante, o infliximabe é um deles,
etarnecept é outro deles. Normalmente é o
reumatologista que prescreve esse tipo de tratamento. Eventualmente
para algumas dores mais localizadas, como a da articulação
sacroilíaca, nós podemos fazer algumas infiltrações. Então nós
localizamos articulação sacroilíaca com o uso de um
aparelho de raio-x
e então introduzimos uma agulha fininha
dentro dessa articulação por onde
conseguimos injetar uma substância anestésica e anti-inflamatória.

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