Naturais do Caburai ao Chuí - Madú Marambá
Madú Marambá Madú Marambá
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 Published On Aug 29, 2021

Conto aqui um pedaço da minha história que não pude conhecer, pois ficou oculta até pouquíssimo tempo atrás.
Foi difícil fazer essa pintura em homenagem a das indígenas da tribo Pataxó, principalmente porque tinha muito receio de invadir um espaço que, na verdade havia sido meu há duas gerações atrás. Indígena não é fantasia, assim como negro não é fantasia. Nessa pintura faço uma homenagem e um apelo que está contido em cada palavra e nota desta composição.
Inicialmente eu tinha o intuito de atentar às pessoas acerca do embranquecimento da pele brasileira que nunca será branca perante ao resto do mundo e que apenas serve para colocar-nos uns contra os outros.
Quero chamar atenção para a guerra que acontece em nosso país; essa guerra covarde que causa a morte de milhares de pessoas inocentes há milênios. Através da tentativa de encontrar uma forma de me reconectar a essas raízes de maneira mais profunda e compreender a cultura que nos é privada por toda a sociedade ficou cada vez mais óbvia e absurda a forma de colonização que se perpetua dentro de nossas escolas, televisão e outros meios de comunicação. Há séculos os livros de história sempre narram os acontecimentos do ponto de vista dos opressores; até as falsas homenagens do pressuposto "Dia do Índio" e a maioria das homenagens do dia de hoje “Dia da Consciência negra” que expõe novamente um dos milhares casos de violência contra o povo negro. Coisa que acontece todos os dias, fora dos jornais e redes sociais, sem pular um únicodia do calendário no nosso pais. Datas “comemorativas” que apenas consistem em inferiorizar a cultura indígena e negra diante da cultura europeia. Colonizam até a nossa visão de mundo acerca da valorização de nossa própria ancestralidade, e com isso conseguem catequizar, expropriar, dizimar aldeias, quilombos e cometer genocídios em nome do “progresso”. Para quê e para quem?

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