O documentário Este é o nosso Tekoha: Memória e resistência Ñande Kera no Oeste do Paraná foi produzido junto aos tekoha Avá Guarani na região Oeste do Paraná em 2018. A mediação e a tradução das entrevistas foram realizadas pelo estudante de Medicina da UEL, Ava Guarani, Rodrigo Luís. A roteirização e a direção foram colaborativas, por meio de oficinas e rodas de conversa com as comunidades nos Tekohas, onde as lideranças e os membros de cada comunidade opinaram sobre quem deveriam ser os entrevistados, os temas a serem abordados e de que forma gostariam de ser representados.
As imagens foram produzidas pelo jornalista Kaingang-Fulniô Yago Junio dos Santos Queiroz, na época estudante da UEL, e pelo jornalista pesquisador indigenista Lucas Ribeiro, mestrando em Comunicação da UEL na ocasião do trabalho de campo. A edição de imagens é de João Vítor Moreno e a coordenação dos professores Mônica Kaseker, do Departamento de Comunicação da UEL, por meio do projeto de pesquisa A produção audiovisual como articuladora de sentidos de identidade e interculturalidade e do projeto de extensão O audiovisual para o fortalecimento da identidade indígena no processo educativo, e Wagner Roberto do Amaral, do Departamento de Serviço Social da UEL, com o projeto Conflitos e resistências para a conquista e demarcação de Terras Indígenas no Oeste do Paraná: os caminhos e as expressões do fortalecimento das lideranças e da cultura Guarani.
O vídeo não estava previsto ou planejado inicialmente na proposta contemplada com o apoio financeiro da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), por meio do Edital 012/2015 – Memórias Brasileiras: Conflitos Sociais. Tal edital apresentava como objetivo “promover e fomentar a realização de pesquisas científicas que resultem em livros que deverão enfocar processos e episódios (revoltas, insurreições, rebeliões populares, lutas armadas, manifestações populares, entre outros) que, ao longo da história brasileira do período republicano, tenham sido expressão da conflitividade social e significativos para o entendimento da construção do Estado e da sociedade brasileira, com valorização de episódios pouco estudados da história brasileira”. Esse edital possibilitou a aproximação e a articulação de docentes pesquisadores de três universidades estaduais do Paraná - sendo a Universidade Estadual de Maringá, a Universidade Estadual de Londrina e a Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná - e da Universidade de São Paulo – Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” USP/ESALQ.
A proposta submetida e aprovada foi intitulada como “Conflitos e resistências para a conquista e demarcação de terras indígenas no Oeste do Paraná: os caminhos e as expressões do fortalecimento das lideranças e da cultura Guarani”, que resultou em um livro publicado em 2019.
O projeto teve o protagonismo de pesquisadores indígenas como bolsistas, sendo dois mestrandos uma é pertencente ao povo Kaingang e dos quatro graduandos de iniciação científica três pertencem ao povo Guarani sendo um deles Avá-Guarani e pertencente ao Tekoha Porã, um dos territórios de retomada no município de Guaíra.
Mais sobre a equipe que produziu o vídeo
Participaram as comunidades dos territórios demarcados: Tekoha Añetete e Tekoha Itamarã (município de Diamante D’Oeste), Ocoy (município de São Miguel do Iguaçu). E também dos territórios não demarcados: Tavy Poty, Nhemboete, Poha Renda, Araguaju, Yvyraty Porã, Yvy Porã, Tekoha Jevy, Tekoha Guarani, Tekoha Y Rovy, Aldeia Curumbei, Tekoha Porã, Tekoha Marangatu, Tekoha Mirim, Tekoha Taturi, Vy'arenda, Dois irmãos, Tekoha Pyau, Tape Jere, Ara Porã, Yva Renda e Atymirim.