A Quadrilha Estilizada Junina Caipira da cidade de Santarém - Pa, traz para o 46º Festival Folclórico de Santarém o espetáculo "A vida é Rodoviária".
O poema criado por Bráulio Bessa que retrata a vida através de metáfora como uma formosa rodoviária, introduz em nós certos questionamentos sobre encontros e desencontros, chegadas e partidas, lições e recordações deixadas em cada estação por onde passamos. Em certo trecho ele diz: "A vida é rodoviária, é espera, confusão, é barulho, é atraso, reencontro, solidão. É o conforto do banco e o desconforto do chão, se a vida fosse uma reta, a estrada bastaria. Mas a vida é rodoviária, é quem ri, é quem chora, é quem vai ficar pra sempre, mas que já já vai embora. Repare: a chegada do alívio faz partir o desespero, a chegada do saber faz partir a ignorância, a chegada do respeito faz partir a intolerância… É nessa rodoviária que apelidamos de vida, a nossa própria chegada é o começo da partida, leve tudo na bagagem, afinal toda viagem já é nossa despedida."
São essas chegadas e partidas que moldam o nosso ser, e tatuam na alma acontecimentos que levamos para toda vida. Você já se perguntou se todos os encontros e desencontros da vida fazem algum sentido? ou se esses encontros e desencontros são só acasos que bagunçam nossa história? Como acreditar nos planos do destino quando ele nos tira justo quem nos ensinou tudo sobre amor?
Inspirados nesse belo poema, a quadrilha Junina Caipira desenvolve sua temática 2022, contando a linda história de Ciço e Tonha, um jovem casal que moram em uma pequena cidade no sertão nordestino e se conhecem desde a infância. Mesmo pequenos, o menino e a menina guardam sentimentos que os envolverá para toda a vida. Mas como nada são flores, viver na pequena cidade era bom por um lado e ruim por outros, o lugar era precário de trabalho e oportunidades. E toda rodoviária(vida) tem suas estações, então a família de Ciço decide se mudar para a capital na tentativa de melhorar financeiramente. Tonha fica devastada ao chegar na casa de Ciço e descobrir que ele vai embora, deixando-a naquele pequeno lugar.
Em toda partida algo se vai, mas consequentemente algo é deixado, a Recordação!